Batalhas privadas
Nas nossas brigas não voam televisões, nem existem agressões: o verbo é a flecha que nos perfura mesmo nos tempos e modos que a gente se censura. Trocamos o vulgar texto sacana por verbos de luta insana e, se alguém se sente em desvantagem, apela pra figuras de linguagem, misturando metáforas, pleonasmos, com licenças poéticas, nos orgasmos ao medirem forças dois titãs. Até que já sem fala, de manhã, mais sedentos que famintos, como taças nos bebemos um ao outro, extasiados de repente sem palavras, embrigados, (eis que a língua se enrola, a gramática falha), Lambemo-nos na nossa cama de batalha, onde desejos e tesões explodem atômicos em delírios,gozando afônicos.
(João D./2006)
2 Comments:
Há um qualquer talento que me escondes... Gosto.
"Nim"...não escondo nada, sou talentoso por natureza. As artes em geral são minhas amigas...G.s.o
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