15.5.06

Xica da Silva - A escrava que se fez rainha

Francisca da Silva de Oliveira, ou simplesmente Xica da Silva, é personagem de um dos mais famosos mitos região Diamantina, nas Minas Gerais do Brasil, na segunda metade do século XVIII.
A escrava que se fez rainha, de acordo com a imaginação do povo, descrita como uma jovem mulata dotada de beleza invulgar, teria seduzido com seus encantos o elemento mais poderoso da região à época: o contratador dos diamantes, João Fernandes de Oliveira, cuja fortuna era descrita popularmente como sendo maior do que a do rei de Portugal.


O MITO
Entre os elementos da lenda encontram-se:
Senhora de crueldade ímpar e de invulgar apetite sexual, utilizava o medo e a sedução como armas para obter a saciedade de seus luxos e prazeres: a seu pedido, o contratador teria mandado construir uma residência com vinte e uma divisões – um palácio para os padrões da região à época;
Mesmo considerada rica para os padrões da região à época, Xica era discriminada pelo círculo social mais elevado em que convivia;
Como não conhecia o mar, João Fernandes mandou formar em terras da sua chácara, no bairro da Palha, um lago artificial. Mandou ainda construir um navio à vela, com capacidade para dez pessoas, que navegava no lago transportando os convidados das grandes festas que Chica oferecia à sociedade local. Essas festifividades eram animadas por uma orquestra particular e contavam com as apresentações de um teatrinho de bolso.
Considerada como concubina (mulher de má-vida), estava impedida de frequentar os templos católicos. Desse modo, para o seu uso privativo, anexo à residência teria feito erguer uma capela, sob a invocação de Santa Quitéria.
Para não ter o seu sono perturbado pelo dobrar dos sinos da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, erguida em 1765 com o auxílio do Contratador, teria imposto a mudança de posição da torre. Efetivamente, trata-se da única igreja em estilo Barroco no Brasil que possui a torre sineira atrás da nave central.
Protetora dos espetáculos teatrais e musicais, inscreveu seu nome na culinária regional sendo-lhe atribuída a receita do Xinxim da Chica, seu prato preferido.
O mito de Xica da Silva foi construído a partir do Século XIX baseado na narrativa de Joaquim Felício dos Santos, Memórias do Distrito Diamantino. Recentemente foi revisitado pelo filme de Carlos Cacá Diegues (Xica da Silva, 1976), estrelado por Zéze Mota, Walmor Chagas e José Wilker, um dos maiores sucessos de bilheteria do cinema brasileiro, e pela novela homónima da Rede manchete, estrelada por Taís Araujo.


A BIOGRAFIA
Uma recente pesquisa histórica indica outra versão para os factos:
Filha de uma escrava africana, Maria da Costa, e de um português, Antônio Caetano de Sá, a jovem mestiça afro-brasileira foi escrava do médico Manuel Pires Sardinha, com quem teve o seu primeiro filho, Simão, em 1751.
Pode ter sido adquirida por João Fernandes de Oliveira (ou alforriada a pedido deste), que chegara ao arraial do Tijuco em 1753 na função de Contratador dos Diamantes, para suceder seu pai, de mesmo nome, no cargo desde 1740.
Entre 1763 e 1771 o casal habitou a edificação hoje tombada à praça Lobo de Mesquita, 266, em Diamantina (MG). A relação de ambos, apesar de pública e intensa, não foi um caso isolado na sociedade colonial brasileira fortemente hierarquizada, onde era comum o envolvimento de homens brancos com suas escravas. Tiveram treze filhos, embora, como costume à época, não tivessem sido legalmente reconhecidos, permanecendo em branco o nome do pai nas certidões de nascimento.
Em 1770, João Fernandes necessitou retornar ao reino para dar contas de sua administração à frente do Contrato dos Diamantes e para rever o testamento deixado pelo pai, o que ocasionou o afastamento dos amantes. Ele levou consigo os quatro filhos homens, que receberam títulos de nobreza da Coroa portuguesa.
No Brasil, os interesses de Xica ficaram protegidos por propriedades que lhe foram deixadas pelo contratador e que lhe garantiram a sobrevivência e a educação das filhas, encaminhadas ao recolhimento das freiras de Macaúbas, considerado o melhor das Minas Gerais, de onde a maioria só saiu para se casar.
Embora Chica jamais se tenha casado por impedimento legal, alcançou prestígio na sociedade local à época e usufruiu de regalias privativas de senhoras brancas, mesmo após a partida de João Fernandes em 1770. Uma recente pesquisa indica que ela pertencia às Irmandades de São Francisco, do Carmo (exclusivas de brancos), das Mercês (de mulatos) e do Rosário (de africanos). Símbolo mitológico da escrava-rainha, dissimula, entretanto, a hipocrisia da democracia racial na sociedade brasileira: mesmo enquanto descendente de escravos africanos, em 1754, após se unir ao Contratador, já era dona de escravos.
Faleceu em 1796, sendo sepultada na Igreja de São Francisco de Assis, privilégio reservado apenas aos brancos ricos.

Esta è uma das lendas do Brasil que mais me fascina, demonstra muita vontade de vencer no meio das grandes dificuldades que teimavam em atravessar o seu caminho. Xica da Silva poderia muito bem servir de exemplo a todos nós, não pela sua maldade e crueldade, mas pela coragem que nunca a deixou ir-se a baixo mesmo nos mementos mais dificeis.
Por isso fui pesquisar e aqui fica um pequeno resumo do que foi a sua vida...Enjoy.

3 Comments:

Blogger Xiquim said...

Adorei joanim! Adorava a novela e a história em si sempre me fascinou também... ainda hoje costumo dizer: "chame iô di sinhá, estrupício" ehehehehe

5:04 PM  
Anonymous Anonymous said...

bostin

8:16 PM  
Anonymous Anonymous said...

eita porra

8:20 PM  

Post a Comment

<< Home